novidadedasantiga: Resiliência na melancolia boa

Intro (Ele Voltou!)

MC, DJ, graffiti e b-boy, cultura que cura essa vida que corrói

Intro (Ele Voltou!) MC, DJ, graffiti e b-boy, cultura que cura essa vida que corrói Entrevista com Matéria Prima sobre novidadedasantiga, um álbum que explora a "melancolía boa" e a resiliência como formas de superação, onde a cultura do hip hop e o blues 'curam essa vida que corrói'. Esta entrevist

Entrevista com Matéria Prima sobre novidadedasantiga, um álbum que explora a “melancolía boa” e a resiliência como formas de superação, onde a cultura do hip hop e o blues ‘curam essa vida que corrói’.

Esta entrevista será de grande valor para a seção “Descubriendo contextos” do Proyecto: 100te la música, baseado na nossa lista dos melhores álbuns de 2024.

Matéria Prima online: Spotify

Entrevista a Matéria Prima

Obrigado por conversar com a gente sobre ‘novidadedasantiga’, que para nós é um dos melhores discos do ano!

    Primeiramente gostaria de agradecer enormemente o reconhecimento desse trabalho entre tantos trabalhos incríveis e pelo propósito de fazer dos discos um instrumento de aprendizado de outra língua. Eu mesmo sou alguém que aprendeu a ser fluente em outra língua por conta da música.

“novidadedasantiga” é um título que mistura o presente e o passado. O que essa frase significa para vocês? Acham que olhar para o passado os renova no presente, tanto no pessoal quanto no musical?

    Essa frase quer dizer que fazemos música por um bom tempo e que pessoas ainda estão descobrindo nosso trabalho. E que também sempre fazemos algo novo.

Em “Intro (Ele Voltou!)” vocês mencionam as raízes do hip hop: MC, DJ, graffiti e b-boy. Como acreditam que essas quatro expressões artísticas curam e fortalecem suas comunidades?

    É sempre bom lembrar dos elementos e fazer reverência a todos eles. Crazy Legs, um dos maiores dançarinos de break e um dos fundadores da Zulu Nation, disse que “o rap é o filho mimado do hip hop.” E é uma verdade que precisa ser falada. É maior que o rap.

    Sobre sua pergunta, acredito que abrir o leque de expressões artísticas pode fazer com que as pessoas se encontrem em alguma delas. A comunidade é repleta de talentos que podem se encontrar em algum desses elementos.

Me Sinto Triste

Uma melancolia boa ecoa em todo canto

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“Me sinto triste” diz: “Ser preto ainda é um risco”, um verso poderoso e direto. Como imaginam ou criam um espaço onde ser negro não implique medo, como mencionam em “So Satisfying“: “Being Black with no fear”?

    Acho que esse espaço é dentro de casa, e olhe lá, hehehe. Mas existe um movimento de aquilombamento muito forte acontecendo, e acredito que essa seja uma tentativa de fortalecer esse sentimento de conforto racial. Fora isso, tudo são projeções de um ideal.
Ama-Me

Na minha cabeça toca de uma vez blues, rap e jazz

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Em “Ama-Me” vocês mencionam: “Na minha cabeça toca de uma vez blues, rap e jazz”. O que essas três tradições musicais representam para vocês? Que nuances de cada uma tentaram capturar neste disco?

    Essa frase representa o fluxo de pensamento traduzido em gêneros musicais que estão mais presentes no recorte do qual a gente faz parte: música negra em geral. Mas o hip hop traz esses três gêneros pra perto com mais frequência.
Saber a Hora de Parar

Caí, levantei, mas aí achei dívidas do mês

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O sample de Luther Johnson em “Saber a Hora de Parar” parece ser o momento mais blues do disco. O diálogo no final soa desiludido, como se até criar música já não oferecesse consolo. Qual o papel da música para vocês quando enfrentam dificuldades ou buscam escapar delas?

    Um dia eu ouvi um amigo dizer que algumas batalhas se ganham quando a gente desiste delas. É muito difícil viver de música, ainda mais uma música nichada como é o rap, que tem uma linguagem mais alternativa, por assim dizer… Essa música reflete o pensamento de aceitar que é melhor desistir e criar outro caminho.
Paraísos 2

Nessa vida que não é mole… De cara ou chapado, todo mundo procura a cura

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“Paraísos 2” parece fazer uma crítica à busca por consolo em “paraísos artificiais”. A quais paraísos artificiais você se refere especificamente na música? Como podemos mostrar empatia e resiliência “nessa vida que não é mole”?

    Os paraísos artificiais aos quais me refiro são o de uso de drogas lícitas e ilícitas, e que todos fazem ou já fizeram de forma a escapar da dor de viver na realidade em que vivemos.
Tantas linhas

No mundo de ódio absoluto, a paz desse beat eu saúdo

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Em “Tantas linhas”, encontramos o verso “No mundo de ódio absoluto, a paz desse beat eu saúdo”, que parece ressaltar um contraste entre a violência e a paz. Você vê a música como uma ferramenta consciente para transmitir essa mensagem de paz?

    Acho que já temos microviolências, agressões e bombardeios o suficiente pra fazer da música um lembrete do quanto o mundo é destrutivo.